sábado, 21 de março de 2009

Nem minha, nem sua, nem dele!


"A culpa é só a maneira que o seu ego encontrou para fazer você pensar que está fazendo algum progresso moral."


Li essa frase essa semana, em um livro que está me fascinando. Estou lendo há uma semana e não consigo tirar os olhos de cada nova palavra. Não vou me aprofundar sobre o livro, porque com certeza vou fazê-lo mais pra frente, onde quero ficar horas indicando todo processo de equilíbrio pelo qual a autora passou. Realmente, me encontro em cada virgula ali e, estou acabando a leitura para poder falar sobre isso em breve, rs.


Um dos sentimentos que me acompanha desde a minha infância, é meu sentimento de culpa. Me sinto culpada por tudo, em todos os momentos e em todas as situações. Tenho uma atitude de cobrança em relação a mim mesma, que me torna uma pessoa muito crítica com as minhas atitudes. Há algum tempo, os acontecimentos da minha vida tem me feito buscar o equilíbrio diante desse sentimento.
Comecei a ser mais seletiva com o incômodo causado por mim e pelo outro. Hoje, posso dizer que ainda tenho muito que buscar quando o assunto é o ponto de equilíbrio, mas, já consigo ter uma visão melhor do que realmente não é meu.
Desde criança, escuto minha mãe dizer que "a melhor defesa para quem não tem argumentos, é o ataque". Mesmo que adaptada, essa frase me acompanha nas avaliações naqueles fatos diários que acabam interferindo um pouco na minha busca de paz. Comecei a entender que não sou uma pessoa que ataca. Nem por palavras, nem por ações, nem em entrelinhas. Procuro sempre entender o que acontece comigo, onde estou diante daquela situação, e o que fazer para melhorar para depois conseguir olhar para a atitude alheia. Depois dessa minha percepção, consegui me desvincilhar significativamente do sentimento de culpa.
Não preciso mais do "sentimento do progresso moral" que a personagem do livro se refere. Preciso da minha verdade e de todo sentimento positivo que ela traz para a minha vida.
Começo a entender que as pessoas precisam sempre encontrar culpados para as coisas que não deram certo, mesmo que esses culpados sejam elas próprias. Não preciso mais fazer uma ligação ao que não aconteceu, ou aconteceu de maneira errada a algo ou alguém. Assim como o sucesso obtido também não precisa ser exposto aos quatro ventos para se tornar real.
Entendo que as coisas simplesmente acontecem, tem consequências que estão diretamente ligadas as minhas escolhas e que podem sempre ter dois caminhos: o que eu esperava ou o que eu não queria que acontecesse. Nem sempre preciso entender como negativo aquilo que foi contra os meus planos. O propósito com certeza vai ser mostrado e vivenciado no momento certo.
Com o sentimento de culpa desaparecendo de mim, vai junto toda crítica direta e pesada que eu acabava depositando sobre mim e sobre o outro. Hoje me sinto leve para poder dizer que se algo não foi de acordo com as minhas expectativas, não existem culpados para isso, e sim uma série de momentos, escolhas, características e sentimentos que levaram a isso. E com certeza, o acaso não existe. "O acaso, é a lógica de Deus" e é lá que vou encontrar todas as respostas reais para alguns acontecimentos imaginários (ou não!).
Me liberto então, do sentimento de culpa, meu e do outro. E assim, consigo apenas viver, sem apontar o dedo e menos ainda usar duras palavras para dizer o que eu não sou. Sem depositar em outras pessoas as minhas frustrações e menos ainda me desesperar com elas. E, se eu posso deixar alguma coisa que vale a pena que você acredite, deixo aqui o que fazer com o sentimento de culpa, que você deposita em você ou no outro: acredite, ela não pertence a nenhum de vocês. Simplesmente porque as coisas apenas acontecem...

1 comentários:

Camila disse...

Muito bom ler isso aqui..MUITO BOM mesmo...Realmente esse livro mexe muito com quem ler! E posso dizer que ele mudou a minha maneira de ver as coisas, assim como ta mudando alguma coisa em voce..e mudando pra melhor!

Luv ya