segunda-feira, 9 de março de 2009

Tiaaaaaaaaaaaaa


Eu ainda era a sobrinha, quando comecei a ser a tia. Meu primeiro sobrinho nasceu quando eu tinha 11 anos. Mesmo morando longe, o Alan era meu mimo... Gordinho, engraçadinho, brincalhão, eu adorava quando ele pedia o "gagui" (chocolate) pra mim...Cresceu vindo pra cá nas férias, nos Natais, feriados mais importantes...Eu enchia a boca pra dizer "o meu sobrinho!"


Depois dele veio o Vinícius..Como eu era grudada nele! Era uma choradeira só quando ele tinha que ir embora. Agarrava no meu pescoço e era um sacrifício pra desgrudar. E eu adorava a cena. Como uma escadinha, vieram o Leonardo, depois Ana Clara, Maria Luisa e Arthur.


Cada um a sua maneira me encantou com o privilégio de ter sobrinhos lindos, abençoados por Deus e me ensinando cada dia mais a arte de ser tia. Meu convívio é diferente com cada um, minha relação tia - sobrinho (a) me ensina um pouco do amor incondicional e me permite ganhar um pouquinho das diferentes caracteristicas de cada.


Ontem em especial, pude pensar muito sobre isso.


Desde que a Gucci e a Mel foram morar no céu, eu ainda não tinha visto a Ana Clara. Não dentro da minha casa, onde eu não preciso manter a postura que mantenho no trabalho quando ela vem passar a tarde comigo. Falei com ela pela manhã e já fiquei sabendo que teria companhia pro domingo. Assim que ela chegou e entregou no meu colo a cachorrinha dela, que é filhinha da Gu e irmãzinha da Mel, meu coração doeu tanto, que não consegui entender meu sentimento. Pouco depois, quando ela "deu uma saidinha", não me contive e caí em lágrimas...


O dia foi passando e eu pude perceber a intenção da minha grande pequena amiga...Ela cuidou de mim o dia inteiro. Tentou me animar e proteger, como se eu fosse a sobrinha e ela a tia...Os abraços, os beijos, os pedidos de colo, as palavras carinhosas, as brincadeiras... O tempo todo, a minha sobrinha demonstrou o quanto ela se importa comigo, o quanto ela me ama e o quanto ELA faz diferença na minha vida.


Antes de dormir, consegui entender mais um pouco a escolha de estar nessa família, com essas crianças maravilhosamente encantadoras por perto. Não sei se consigo ser para cada um deles, a tia que eles merecem ter, mas, sei que eles conseguem ser para mim muito mais do que os sobrinhos que eu preciso. Pensei na minha relação com as minhas tias, na maneira como elas são presentes na minha vida e o pedacinho que cada uma delas contribuiu para eu ser a Milena que sou hoje. Pensei no quanto as minhas tias ainda me cuidam, me pegam no colo, me protegem, e no quanto elas ainda fazem tudo o que a minha sobrinha fez por mim ontem.


Pode ser que em alguns momentos, eu seja falha com eles. Tanto tias quanto sobrinhos. Pode ser que em alguns momentos eu não seja o que eles esperam de mim, mas, a maneira como eles retribuem o que eles recebem de mim, é tão maior que me faz realmente amar e simplesmente amar.


Sou uma tia coruja, sou uma sobrinha orgulhosa, e, acredito que aprender sempre a ser alguém melhor com eles é o que torna a minha vida mágica...


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