sábado, 29 de agosto de 2009

Assim sigo aprendendo...


Depois de um tempo distante daqui, vou tentar atualizar com mais frequência. É sempre bom pra mim conseguir materializar através das palavras as fases da minha vida. Assim, consigo parar, pensar, analisar e direcionar melhor as minhas decisões.

Deus tem agido na minha vida de um jeito muito intenso. Como diz um texto maravilhoso que li essa semana do Monsenhor Jonas Abib, tenho sido moldada por Deus, como um artista plástico molda suas artes para ainda depois disso, colocar no forno.

Não sei bem em que fase dessa obra de arte estou, mas, sei que tudo faz parte de um plano maior pra minha vida, e é com essa fé que tenho enfrentado todos os novos caminhos que tenho tido a oportunidade de seguir.

Essas minhas passagens relâmpagos em alguns lugares, tem me feito observar ainda mais as pessoas, e com isso, mudar em mim aquilo que tenho percebido necessário.

Engraçado que de dois meses pra cá, convivi em lugares distintos, com diferentes pessoas que tem personalidades opostas, mas, que acabam caindo em algumas armadilhas do cotidiano que eu também caía, e, através da minha observação, me dei conta da necessidade da minha mudança.

Nem preciso dizer o quanto tenho enfrentado a necessidade da humildade. Me tornei uma pessoa muito mais simples, humilde e acima de tudo, estou aprendendo a ouvir mais do que falar.

Das pessoas que convivi (e estou convivendo) mais intensamente, posso falar de duas. Duas personalidades opostas, duas vidas diferentes, em tudo. Mas, duas pessoas que tem o mesmo hábito de acreditar que sabem mais que os outros. Pessoas maravilhosas, mas, que no decorrer dos dias, tem mostrado sua dificuldade em prestar atenção naquilo que outras pessoas também podem ensinar. Pessoas que se esqueceram de olhar no espelho e identificar as suas fraquezas ao invés de apenas engrandecerem as suas verdades.

Isso não muda em nada o carater dessas duas pessoas tão incríveis, mas, me faz olhar para o espelho todos os dias e entender que eu posso ser diferente.

Com essas situações, tenho aprendido a falar menos, a dar menos pitaco na vida dos outros, e a abaixar minha crista quando eu acredito saber das coisas.

Eu não sei de nada! Tenho muito o que aprender na vida ainda, e, tenho consciência que posso aprender com todo mundo, passando por aquela senhora que ajudo a atravessar a rua até com aqueles que convivo mais intensamente.

Todos os seres humanos podem acrescentar na vida do outro, não importa se essas pessoas são grandes sábios ou considerados grandes fracassados.

Precisamos aprender a olhar para o outro e aprender com a diferença dele, não criticá-lo.

Eu aprendi a não falar mais que uma pessoa está certa ou errada. Ela apenas defende a verdade dela, que pode ser diferente da minha, mas, não precisa ser melhor ou pior.

Realmente, tenho muitas batalhas ainda para enfrentar enquanto não passo pelo "meu forno", mas, já consigo entender que para enfrentá-las, tenho que ser humilde, escutar mais e ter consciência que estou em um constante aprendizado.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Solidão

"Solidão não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência!

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência
de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade!

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe,
às vezes para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio!

Solidão não é o claustro involuntário que o destino
nos impõe compulsoriamente...
Isto é um princípio da natureza!

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância!

Solidão é muito mais do que isto...

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos
e procuramos em vão pela nossa alma."

Chico Buarque

domingo, 9 de agosto de 2009

Ao meu Pai!


Hoje é mais um daqueles dias que a sociedade criou para nos lembrar de algo que deveria ser cultivado todos os dias: parabenizarmos e agradecermos os nossos pais.
É engraçado como precisamos de uma data marcada para dizer coisas bonitas para as pessoas mais importantes que temos na vida.
Eu sempre tive facilidade de falar, escrever e demonstrar o meu amor, mas, de uns tempos pra cá, me tornei bastante fechada e confesso, essas datas tem sido importantes para que eu consiga abrir um pouco o coração e declarar o meu amor.

O meu pai é a grande paixão da minha vida.
Talvez seja aquela história de filha mulher, mais apegada ao pai. Talvez seja o fato de ser a filha mais nova, a única mulher...
Tudo colaborou um pouco para esse amor incondicional ficar um pouco maior.
Tenho pelo meu pai uma admiração enorme, intensa, verdadeira.

Posso ir contra algumas atitudes, opiniões, mas, se ficamos muito tempo brigados, a minha dor é a mais intensa que posso sentir.
Quando o decepciono, sofro mais do que ele.
Quando estou longe, sinto falta até das suas broncas ou palavras tortas.

Talvez o meu pai não tenha dimensão do amor que eu tenho por ele.
Acho que essa, com certeza é a minha maior falta: permitir que ele acredite, pelos meus erros, que eu não o ame o suficiente.
Ainda não sei como dizer a ele o quanto eu sou grata a todo amor, toda dedicação, toda força, toda bronca e até todas as brigas que ele me deu até hoje.
Se tenho tido a oportunidade de ser uma pessoa melhor, devo ao meu pai, que sempre soube me estender a mão, me amar e acima de tudo, me corrigir.

Pai, hoje eu gostaria de tornar público o meu amor infinito.
Daria a minha vida, sem nem precisar pensar por 2 segundos, pela sua.

O senhor é, com certeza, a pessoa mais importante do mundo pra mim.
E, eu tenho muito orgulho de ser sua filha.

Feliz Dia dos Pais, todos os dias!
Te amo muito...



Uma música, que faz com que eu me lembre, do abraço do meu pai:


Uma musica, que me lembra infância:

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A arte de não ser o suficiente


Sabe aquela impotência que você sente quando tenta sempre fazer o melhor, mas, mesmo assim essa tentativa nunca é boa o bastante? Aquela história de você tentar o tempo todo agradar alguém, mas esse alguém consegue apenas olhar para o que você não fez, ou para o que poderia ter feito melhor, ao invés de olhar pro outro lado, entender seu esforço, elogiar suas conquistas e simplesmente ver o lado bom...
Pois é, essa é a péssima sensação inicial que temos, de não sermos "o suficiente".
Tem gente, que sem se dar conta, é especialista em te colocar pra baixo. Sempre te critica, te olha torto, te lança indiretas, nunca acha que você é bom o suficiente ou alguém à altura.
Eu cansei de permitir que as pessoas me fizessem sentir assim. Deixei por muito tempo de ser o que queria ou sentia vontade para agradar alguém. E, mesmo assim, não era o suficiente.
Pois bem, aprendi que não ser o suficiente é uma arte. Não ceder ao outro quando os seus limites não permitem, não é algo ruim.
Em uma das pregações do Padre Fábio de Melo, ele mostrou o quanto é ótimo
não sermos perfeitos, afinal, a perfeição é realmente algo divino e, para chegarmos perto dela, precisamos estar em constante crescimento e mudança.
Pois é essa a visão que eu prefiro ter da arte de não ser o suficiente.

Não sou o suficiente porque preciso crescer, amadurecer e tenho consciência disso.
Não sou o suficiente porque eu preciso exercitar sempre a minha humildade com quem espera mais de mim e conseguir aprender também com essas pessoas.
Não sou o suficiente, porque tenho a consciência que não sou perfeita e mesmo assim, luto todos os dias para ser melhor.

Pensando assim, eu gosto, e gosto muito de não ser "o suficiente".

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Milk- A Voz da Igualdade


"Não podemos viver só de esperança, mas, sem esperança não podemos viver"

Essa é a frase que resume bem os sentimentos despertados em mim depois de ter assistido ao filma Milk- A Voz da Igualdade.
Eu não conhecia a história de Milk. Perdi levemente o interesse por ela, quando meu primo chegou da locadora com o filme e disse que uma senhora foi devolvê-lo 2horas depois da locação, revoltada com as cenas "explícitas" que ele tem. Mas, olhei para aquela legenda de "baseado numa história real" e não me contive.
Confesso que na primeira cena mais forte, criei uma barreira, não diria que preconceituosa, mas, bastante rotulada daquela história que eu assistia.
Adoro filmes baseados em histórias reais. Tenho uma predileção aos personagens que fogem às grandes mentes criativas de autores e roteiristas, conseguindo deixar suas marcas de realidade na vida.
Para quem não assistiu, fica a dica: o filme é muito bom, e a história, melhor ainda. Envolvente, inspiradora e o mais importante: direta.
Não estou aqui defendendo ativistas gays ou indo contra os costumes conservadores. Estou apenas pedindo, para que, ao assistir um filme que conta a história de um ícone tão forte, possamos nos despir de todos os preconceitos e enxergar além do que queremos ver.

Gostaria que as pessoas assistissem o filme e pudessem se dar conta de que, para os sonhos se tornarem reais, eles precisam ser defendidos, precisam que acreditem neles e justamente por isso, precisam que lutem para torná-los reais.
Fazemos parte de uma sociedade "morna". Nos acostumamos que alguém defenda algo e o torne concreto para que assim possamos desfrutar da sua conquista.
Lamentamos as notícias que não nos agradam e não nos movimentamos para fazer algo de que possamos realmente nos orgulhar.
Perdemos os nossos sonhos quando nos conformamos com as dificuldades que encontraremos para realizá-los e decidimos não "passar por isso".
E, quando me vi quebrando os rótulos previamente formados e assistindo ao filme Milk, me dei conta que preciso reacender em mim a esperança para continuar lutando por aquilo que acredito e buscar as minhas forças para enfrentar essas dificuldades do caminho.
Entendi, que se eu desperdiçar meus sonhos, simplesmente acatando às complicações que eles vão me trazer, vai chegar o momento que eu não vou mais saber qual é o meu ponto de chegada.

Filmes como Milk, tem muitos por aí. São milhares de títulos disponíveis para te fazer pensar, refletir e mudar alguma coisa dentro de você. Mas, personagens reais como Milk, que fizeram da sua vida uma luta para a conquista de sonhos, podem ser considerados poucos e únicos.
Depende só de mim, de você, escolher ser o personagem real que vai fazer diferença na própria história.

domingo, 2 de agosto de 2009

E você, já passou por isso?!


"Sim, eu imagino o que você sentiu."
Assistindo ao ultimo Globo Repórter, era essa a frase que eu tinha vontade de dizer para todas aquelas mulheres que foram corajosas e deram seu depoimento sobre traição no programa.
Não adianta, se você nunca viveu essa situação, provavelmente você vai viver um dia. Seja no papel do traidor, ou no papel do traído.
Eu costumava dizer que jamais perdoaria uma traição. Até que veio uma, duas, três...E eu me vi ali, andando em círculos naquelas promessas de nunca mais.
Por um tempo, você acredita mesmo que aquela situação vai acabar e as coisas voltarão a ser como antes. Que tudo vai ficar pra trás como um grande pesadelo e que a dor que você sentiu,vai ser superada pela mudança.
Algumas pessoas, grandiosamente conseguem, a maioria não.
Na minha vida, não deu certo.Precisei de alguma maneira quebrar o ciclo vicioso que as traições estavam virando. Ou eu "perdia" aquela relação, ou jamais voltaria a ser eu mesma.
Mas, tenho amigas que recomeçaram o casamento, o namoro, depois da traição. Conseguiram se reencontrar no meio "daquilo tudo" que só quem viveu conhece bem, e reescreveram suas histórias.
De comum? A dor imensa que uma traição causa. Machuca e machuca muito. São marcas que vão estar sempre ali com você, mesmo quando as cicatrizes não doerem mais, você vai saber que elas existiram e o que as tornou reais.
Essas marcas, podem fazer muito por você também. Podem te fazer acordar, recomeçar, reconstruir a autoestima dilacerada que uma traição deixa...Ou podem te deixar descrente, cético e um pouco mais frio quando se trata de acreditar novamente no outro e em uma nova relação. No meu caso, a segunda opção tem sido persistente em me acompanhar.
Às vezes, acho que é uma pena. Era gostoso ter aquele romantismo que chegava no limite do ilusório sustentando meus sonhos. Aquela sensação do "amor maior"...Já até me peguei sentindo falta dessas sensações, que eram ingênuas a ponto de acreditar que relacionamentos podem ser eternos.
Achei que depois de alguns anos, essas sensações voltariam, mas, pelo que percebi, até posso ter de vez em quando alguns lapsos, mas a realidade acaba batendo a minha porta.
Não que eu tenha me tornado fria ao extremo, de não confiar mais no amor, mas, o sinto cada vez mais real, menos passional e com aquela dose extra de cotidiano, que não impede que aquilo tudo volte a acontecer comigo, mas, que me deixa muito mais preparada para evitar e não chegar às últimas consequencias, como as minhas marcas insistem em me alertar. Afinal, elas estão ali por um bom motivo....