domingo, 15 de novembro de 2009

Tem gente que acha que sabe demais...


Tem gente que sempre acha que sabe.

Sabe o que é melhor pra você, sabe como você se comporta, sabe o que te faz bem, sabe o que você pensa, sabe o que você gosta...As pessoas sempre acham que sabem, sabem, sabem e sabem.

Incrível como é pra dar palpite na vida dos outros, todo mundo sempre sabe o que falar, sabe o melhor jeito de se fazer, como deveríamos agir...

Interessante pensar se as pessoas sabem ou pensam que sabem.

O que faz alguém achar que sabe mais de você do que você mesma?

Entendo e concordo que existem algumas coisas que não conseguimos ver. Algumas coisas que não percebemos ou mais do que isso, algumas coisas que negamos em nós mesmos.

Mas, se o negamos, é porque essa negação de alguma maneira nos defende. Pode ser uma proteção diante daquilo que não sabemos lidar, uma proteção das reações que não sabemos se teremos, uma proteção daquilo que ainda não estamos preparados para enfrentar.

Existem sim muitas coisas que as pessoas sabem, mas, isso não quer dizer que nós não sabemos e que precisamos que alguém fique nos dizendo o que devemos e como devemos fazer.

Sou daquelas pessoas que acreditam que todos os erros são válidos. Inclusive para o aprendizado, crescimento e amadurecimento. Como alguém acredita que tem o direito de interferir nesse processo, escolhendo a sua melhor maneira de agir, pensar e fazer?!

Como aquela pessoa chegou no ponto de saber que aquilo é melhor? Pelo que ela passou para chegar a essa conclusão? Por que você também não pode chegar lá com as próprias pernas, ou melhor, com os próprios erros?!

Não sou contra os conselhos, nem contra aqueles pitacos inteligentes, de pessoas amigas, que te amam, querem o teu melhor e de alguma maneira podem te ajudar. O que sou contra, é aquela pessoa que simplesmente acredita que sabe e pronto. Sem ouvir sua opinião, sem entender o seu lado, e sem tentar respeitar aquilo que acontece com você naquele momento, sem conhecer a situação que você está vivendo para pensar e agir como tem feito.

Pessoas que se acham no direito disso ou daquilo, ou que por acharem que sabem, se metem na sua vida de maneira tão feia que acabam se esquecendo da delas.

Faz tempo que estou sem escrever por aqui, e acabo sentindo falta. Mas, acho que estou numa fase complicada de observar as pessoas. Um olhar mais crítico de quem tem sido muito criticada... Mas, ainda chego lá. Estou ao menos tentando me colocar no meu lugar, e quando for para "achar que sei", me limitar a saber o que só corresponde a mim mesma e minha própria vida.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Estamos com fome de amor


Estamos com fome de amor – por Arnaldo Jabor

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e
transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam
sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que
estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os
novíssimos “personal dance”, incrível. E não é só sexo não, se fosse, era
resolvido fácil, alguém duvída?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber
carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de
um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que
vão “apenas” dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa
marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a
carreira, a produção.
Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como
voltar a “sentir”, só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão
distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de
relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como:
“Quero um amor pra vida toda!”, “Eu sou pra casar!” até a desesperançada
“Nasci pra ser sozinho!” Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em
meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase
etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a
cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão
infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que
verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa
verdade de cara limpa.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio,
démodé, brega.
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer
ridículos, abobalhados, e daí?
Seja ridículo, não seja frustrado, “pague mico”, saia gritando e
falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo
pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou
muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca
mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à
dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz que
se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais,
pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o
dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser
estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out,
que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me
aventurar a dizer pra alguém: “vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou
outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu
não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo
resto da vida.


Antes idiota que infeliz!