terça-feira, 30 de junho de 2009

#forasarney, to dentro!


Não entendo quase nada de twitter.Fico completamente perdida, nunca sei o que escrever, quais códigos usar, são poucos os amigos que encontrei por lá, mas, aderi há um tempinho essa tecnologia.
Fico horas clicando naqueles links todos e me embanano toda quando vou parar no lugar errado.
Confesso que adoro seguir as celebridades e as pseudos também, e me divirto a beça.
Mas, ontem a noite, presenciei um movimento interessante. Motivados por algumas celebridades bastante jovens, uma multidão de pessoas adotaram a campanha #forasarney.
O assunto ficou em segundo lugar no Twitter Trends, os assuntos mais comentados do mundo – batendo inclusive o Michael Jackson –, e teve repercussão em diversos meios de comunicação do Brasil e do mundo.
Os "Piratas do Twitter", como foram intitulados, mostraram que tem força diante desses milhares de pessoas que os ajudaram a colocar o #forasarney no topo.

Não me importa quem começou ou qual a intenção que alguns meios de comunicação tem citado ter sido o incentivo, mas sim o resultado que foi chamar atenção pra um assunto realmente sério que tem acontecido escancaradamente aos nossos olhos.

Basta saber se esses jovens famosos vão se dar conta dessa força toda e vão continuar movimentando mesmo que cyberneticamente, todas as cabecinhas pensantes que os seguem no twitter.

Eu gostei de ter participado, e participo mais vezes, porque acho extremamente necessário mostrar uma nova ideologia a essa juventude que não se manifesta e não conhece a diferença que pode fazer na política atual.

Já me considero uma pirata anônima, rss

e, por favor, #FORASARNEY!

domingo, 28 de junho de 2009

A lastimável notícia entre tantas

Ia me recusar a falar sobre a morte do Michael Jackson. Já tem gente demais falando, elogiando, criticando, informando.
A minha mísera contribuição não faria diferença alguma.
Apesar de tudo o que ele pode ter sido/feito na vida dele, nada pode questionar o talento inegável e o marco imortal que ele trouxe pro mundo pop.
Seja ele bem visto ou não por tantos e tantos milhões de pessoas, ele existiu e marcou sim o mundo musical.
Não são os escândalos da vida pessoa, nem mesmo as excentricidades que ele cometeu ao longo dos seus 50 anos que podem tirar o brilho que Michael Jackson trouxe pra vida de milhões de pessoas espalhados pelo mundo.
Não é o meu gostar ou não do Michael Jackson que vai tornar diferente o legado dele por essa vida.
Não estou aqui para questionar absolutamente nada da vida dele. As contas que ele tem pra acertar não são minhas. Aliás, são poucas as músicas que conheço e menos ainda as que gosto.
Mas, uma das inúmeras notas que li me chocou e me revoltou profundamente.
A "chocadeira" que se diz mãe dos filhos dele, mal esperou o corpo esfriar pra receber uma bolada de algum jornal dizendo que os dois mais velhos foram fruto de inseminação artificial.
Que ela não quer saber dos filhos e que eles nunca tiveram vínculos.
Caso essa uma aí não saiba, essas duas crianças já estão sendo foco do mundo inteiro que busca a guarda pra eles, já devem estar sofrendo, porque bem ou mal, a imagem de pai que possuíam acabou de morrer e, já devem ter bastante problemas e dificuldades no momento para enfrentarem, do que ter que ver aquela que fez papel de chocadeira (pra mim no máximo isso), que emprestou o útero, anunciando ao mundo um acordo comercial vergonhoso que fez há anos atrás.
Dentro de tanto sofrimento dos fãs, de uma imprensa sensacionalista e do mundo inteiro lastimando aquele que bem ou mal foi o "Pai do Pop Mundial", essa notícia realmente me causou nojo do ser humano.
E mais uma vez, me questiono onde é que vamos parar?!!!
Não podia deixar de postar uma música.
Uma das que eu mais gosto, se não for a minha preferida, das poucas que realmente conheço.


E assim funcionam as paixões!


E é assim que funcionam as "grandes paixões".
Enquanto um continua lá,apaixonado, o outro, segue o roteiro comum dessas histórias.
Enquanto percebe o perigo da perda, apavora-se. Tenta a reconquista.
Quando o perigo torna-se menor, vai firmando a segurança. A história continua quase inabalada.
Quando acaba o risco, as coisas voltam ao normal. Inclusive a certeza que ninguém vai abalar o sentimento alheio.
E aquele, o apaixonado, mantém-se intacto. Acreditando que um dia as coisas "voltem a ser como antes".

Balela.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Eu sou a "Ovelha Negra"



Há algum tempo vi essa imagem no msn da Irmã Ana e me encantei por ela.
Não sei dizer exatamente se foi pelo sorriso de Jesus, pela maneira carinhosa que ele acolhe a sua ovelha negra, ou se foi simplesmente o fato de eu me sentir exatamente assim: uma ovelha negra acolhida por Jesus!
Sempre fui considerada a "Ovelha Negra" da família...Rotulada por erros, apontada por fraquezas e sempre criticada por atitudes. Sou a mais nova depois de 4 homens, e minha mãe sempre fez questão de dizer que não teve um pingo de trabalho com eles do que teve comigo.
Cresci escutando tantas coisas a meu respeito, que até me perdi no que eu realmente era ou no que tinham falado que eu estava sendo.
Penei muito para conseguir encontrar o meu verdadeiro "eu".E ainda estou penando...
Mas, olhando pra essa imagem, me deparo com a beleza do amor, a beleza simbólica de um amor real...Deus nos escolhe! Seja eu a ovelha negra, amarela, azul, roxa ou branca.
Hoje consigo entender que apesar de não fazer parte do rebanho "branco" de ovelhas da minha mãe, eu não sou pior que eles!

Talvez eu tenha me percebido como ovelha negra justamente por ser diferente (nem melhor, nem pior) e me destaquei por isso.
Talvez todo trabalho que a minha mãe diz que eu dei (dou!), é porque ela não consegue enxergar essa diferença...

Ser a Ovelha Negra da família não é gostoso...As sensações que vem agregadas às broncas, aos puxões de orelha e aos sermões dos tios, fazem perder todo aquele brilho do crescimento que os erros trazem...

Mas, ao mesmo tempo, procuro encontrar a beleza do ser diferente.

Apesar de tantas e tantas vezes ter gritado a Deus "por favor, me transforme em ovelha branca", vejo hoje todo sentido de ter sido acolhida por Ele, justamente por ser a Ovelha Negra.

E, quando olho para essa imagem, entendo tudo...
Entendo toda explicação que as brigas intermináveis na minha casa não vão me dar.
Entendo todas as rejeições que eu sinto dentro da minha família pelos erros e contínuas desavenças...

Entendo que o amor que eu preciso não vem daqueles que me olham torto por ser a ovelha negra, mas, vem Daquele que me escolheu justamente por eu sê-la...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Tudo de novo...


Quando você acredita que ta num estágio avançado "do processo", acontece alguma coisa que te faz voltar la no começo...

Engatinhar de novo, se apoiar nas coisas pra aprender a andar mais uma vez.

Eu que achava que tava bem a beça, me deparo mais uma vez com o começo da caminhada...

Parece que acabo andando em círculos e chegar ao mesmo lugar me assusta muito...

Caio nesse susto e me deparo com as mesmas dificuldades que já enfrentei um dia e achava ter superado...

Uma junção grande de sentimentos, e mais uma vez, eu preciso resgatar dentro de mim aquela fé cotidiana...Aquela que Deus se apresenta na ausência...Aquela fé que me fortalece e que mesmo quando tudo parece não acabar nunca, se mostra como o único caminho que eu tenho para seguir e continuar.

Sinto que estou testando a minha própria resistência.

Mais uma vez, passando pelo que eu achei já ter resolvido...

E mais uma vez, acreditando que tudo vai acabar bem...




segunda-feira, 22 de junho de 2009

Só porque a música faz bem pra alma...

sábado, 20 de junho de 2009


Diante dos últimos acontecimentos, estou tentando mais uma vez entender o sentido das pessoas na minha vida.

Eu que um dia cheguei a reclamar do "sem novidades" por tanto tempo instaurado nas minhas notícias, to aqui me debatendo com a grande movimentação dos últimos tempos.

Não sei definir exatamente o tamanho da decepção ou o que isso ainda vai causar quando eu conseguir colocar os pensamentos em ordem. Também não sei separar ainda os limites entre a minha permissividade e da ilusão alheia.

Mais uma vez, vou ter que me perder pra me encontrar.

Depois de um ano permitindo desconhecidos entrando na minha vida, e tantas fraquezas e forças humanas descobertas, acho que passou da hora de fechar todas as portas...

Continuo fascinada pela alma humana, mas completamente decepcionada com a perda de valores que cada dia fica mais evidente.

Por enquanto, fico com uma frase dita por uma amiga: "Não estamos totalmente preparados para a intensidade desse mundo virtual".

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Por que as pessoas mentem

“A mentira é muita vez tão involuntária como a transpiração”, constata Bentinho, em Dom Casmurro, ao surpreender a si próprio escondendo da mãe o amor por Capitu. Como de costume, Machado de Assis retrata uma verdade: mentimos o tempo todo, até sem perceber. Mentimos sobre nossa altura, nosso peso, nossa idade. Mentimos para nós mesmos, para suportar um recalque. Mentimos para nossos pais, para tranquilizá-los, e para nossos filhos, para que não sofram. Mentimos para os amigos, para não lhes ferir a autoestima, e para o chefe, para justificar um atraso. Mentimos para o guarda, para não tomar uma multa, e para o Fisco, para pagar menos impostos. Atletas mentem para competir dopados, investigadores mentem para apanhar criminosos, políticos mentem... por vários motivos. Há mentiras inofensivas; outras mudam a vida de pessoas e até provocam guerras. O fascínio despertado pelo caso de Paula Oliveira, acusada de inventar um ataque neonazista na Suíça (leia a matéria), se deve em parte a isso – à consciência do poder da mentira em nossa vida.

Apesar de condenada pela sociedade, a mentira chega a ser, em algumas situações, necessária para o convívio social – como exemplifica de forma caricata o filme O mentiroso, que arrecadou US$ 300 milhões em 1997. Na comédia, o protagonista, vivido por Jim Carrey, é vítima de um feitiço que o impede de mentir e destrói sua vida. A mentira funciona para preservar a privacidade ou os vínculos afetivos. Trocar a franqueza por uma meia verdade é frequentemente visto como um gesto galante. “Muitas vezes as mentiras são benéficas”, afirma o psicólogo Jeff Hancock, professor de comunicação da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. Ele estuda como e por que mentimos. Suas pesquisas mostram que os humanos mentem o tempo todo – e que isso não é necessariamente alarmante. Na maioria das vezes, mentimos porque isso torna a vida mais fácil.

O escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900) disse certa vez: “O objetivo do mentiroso é simplesmente encantar, deliciar, dar prazer. Ele é a própria base da sociedade civilizada”. Na Grécia Antiga, a mentira era vista como forma de criatividade. “Mentir de forma consciente e voluntária tem mais valor do que dizer a verdade de forma involuntária”, afirmou Platão (século V a.C.). A ficção teve um papel importante no desenvolvimento da sociedade. “Acreditar na arte, na literatura e na mitologia ajudou o homem a imaginar um mundo melhor”, diz a filósofa italiana Maria Bettetini, autora do livro Breve storia della bugia: da Ulisse a Pinocchio (Breve história da mentira: de Ulisses a Pinocchio), ainda inédito no Brasil. “Sem esse tipo de mentira deliberada, o homem não teria impulso criativo e seria igual aos animais”.

A ciência confirma a relação entre mentira e esforço intelectual. Em 2000, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, chegaram à conclusão de que certas regiões do cérebro mostram maior atividade diante da mentira. Um aparelho de ressonância magnética monitorou os cérebros dos participantes. Eles precisavam mentir sobre cartas de baralho que levavam no bolso. O resultado mostrou que o córtex frontal (área ligada à atenção e à concentração) era mais estimulado quando os voluntários não diziam a verdade. A conclusão seria: o default do cérebro é a sinceridade. Mentir requer um esforço extra de organização. “A mentira acompanhou a evolução do homem”, diz o filósofo americano David Smith, autor do livro Por que mentimos? Os fundamentos biológicos e psicológicos da mentira (editora Campus). “Sem essa estratégia, as relações em sociedade seriam um desastre”.

A evolução também pode explicar por que o homem continua mentindo para se defender. Em 2002, um estudo da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, mostrou que as pessoas mentem com facilidade quando o objetivo é criar uma imagem positiva de si. A experiência funcionou assim: em um quarto fechado, dois estranhos eram colocados frente a frente por dez minutos. A conversa era filmada. Depois, os participantes assistiam ao vídeo para identificar os trechos imprecisos do diálogo. A pesquisa concluiu que 60% dos entrevistados mentiam pelo menos uma vez; em média, deram 2,92 informações incorretas em apenas dez minutos – desde banalidades, como dizer que se gosta de alguém que não se aprecia, até patranhas cabeludas. Uma das cobaias fingiu ser um astro do rock.

As pequenas fraudes toleradas pela sociedade são bem diferentes de outras configurações da mentira, mais perigosas: o autoengano e a mitomania. Sem distinção entre realidade e ficção, a mentira pode levar a uma patologia semelhante à do cleptomaníaco, que rouba sem necessidade. O autoengano até pode ter um aspecto positivo. “O doente que, apesar de toda a evidência em contrário, sustenta no íntimo de sua alma a convicção cega, firme e inabalável de que vai conseguir vencer o mal parece aumentar suas chances objetivas de recuperação”, escreveu o filósofo e economista Eduardo Giannetti da Fonseca no livro Auto-engano (Companhia das Letras). Mas, quando ele prejudica a vida de terceiros, a punição é o recurso da sociedade para preservar sua coesão.

Alguns casos de mentira patológica, como os descritos nestas páginas, se tornaram notícias de repercussão internacional. Um tipo de fraude comum no noticiário é a história do joão-ninguém que se faz passar por milionário ou celebridade e consegue enganar muitos, durante muito tempo. Em julho de 2008, pouco depois de aceitar os termos do divórcio, em que embolsou US$ 800 mil, o milionário Clark Rockefeller sequestrou sua filha de 7 anos e fugiu de Boston. Ao investigar o caso, o FBI descobriu que o sequestrador não era milionário, tampouco um Rockefeller. Seu nome verdadeiro era Christian Karl Gerhartsreiter, um alemão de 47 anos que chegara aos Estados Unidos como estudante. Por 30 anos, alternando identidades falsas, ele havia enganado gente endinheirada em várias cidades e casou-se com uma milionária, executiva de uma importante firma de consultoria. Antes de se passar por um Rockefeller, ele foi Christopher Crowe e Christopher Chichester – um fictício nobre inglês. Sob esse disfarce, teria assassinado um casal que desconfiou de sua lorota. Em agosto passado, Clark Rockefeller foi preso em Baltimore, onde se escondia como um anódino “Charles Smith”.

As farsas criadas pela imaginação de Gerhartsreiter podem parecer inverossímeis. Como alguém é capaz de viver enganando tantos por tanto tempo sem levantar suspeitas? Mas o caso não só é real como recorrente. Seu protagonista, digno de uma obra de ficção como O talentoso Ripley, de Patricia Highsmith – Ripley é o arquétipo do mitômano –, poderia estar pilotando aviões sem ter licença para isso, posando ao lado de celebridades como se fosse uma, escrevendo livros “autobiográficos” baseados em fatos que não viveu ou trabalhando num jornal de prestígio como o New York Times. Em todas essas situações, um mitômano se fez passar por quem não era para levar alguma vantagem – seja financeira ou emocional.

Tentativas de ser 100% convincente em meio a um engodo normalmente denunciam má-fé. A mitomania, que pode ser uma doença ou um sintoma de certas condições psiquiátricas (leia o quadro abaixo), leva a pessoa a acreditar na história que conta, sem nenhum senso crítico. “A ficção mitomaníaca envolve concepções de grandeza, de ascendência familiar excepcional, de capacidades e feitos extraordinários”, afirma a psiquiatra forense Hilda Morana, presidente do Departamento de Ética e Psiquiatria Legal da Associação Brasileira de Psiquiatria. Segundo ela, essas fabulações podem levar a cometer crimes e fraudes, como o exercício ilegal de certas profissões.

Um dos casos mais famosos de mitomania é o de Frank Abagnale Jr., cuja história foi levada ao cinema por Steven Spielberg no filme Prenda-me se for capaz, com Leonardo DiCaprio. Aos 17 anos, Abagnale Jr. já havia acumulado mais de US$ 40 mil com fraudes bancárias e viajado por dezenas de países como falso piloto de avião. Para fugir da Justiça, ele se passou por médico, professor e advogado, sempre com nomes falsos. Até ser preso, aos 21 anos, na França, ele passara US$ 2,5 milhões em cheques falsos. Frank Abagnale Jr. fez um acordo com o FBI e ganhou a liberdade em troca de ajudar na captura de outros falsários – o que tem feito desde 1974. Depois de tanto enganar e mentir, ele parece ter encontrado sua vocação.

“O mentiroso é a própria base da sociedade civilizada”
Oscar Wilde (1854-1900)
No Brasil, um caso parecido ganhou destaque. Antes de ser preso, aos 25 anos, o estelionatário Marcelo Nascimento da Rocha fingiu ser oficial do Exército, policial e guitarrista da banda Engenheiros do Hawaii, num total de 16 identidades diferentes. Seu golpe mais famoso ocorreu em 2001, quando fingiu ser filho do dono da companhia aérea Gol. Com o nome de Henrique Constantino, ele teve acesso ao camarote vip de um evento patrocinado pela companhia. Conheceu atrizes famosas, deu entrevistas para a TV, alugou um jatinho e um helicóptero sem gastar nada. A farsa só terminou com a prisão do golpista, acusado de estelionato e falsidade ideológica, entre outros crimes.

Segundo a mãe do paranaense, ele tem mania de grandeza desde pequeno. Psiquiatras que o examinaram afirmam que ele tem personalidade psicopática: incorpora personagens e vive em uma realidade paralela. Em 2005, ainda na cadeia, lançou o livro Vips – Histórias reais de um mentiroso, em que conta histórias de seus golpes e truques que o ajudaram a se passar por pessoas famosas. O caso pode ser um exemplo do que os psiquiatras definem como “pseudologia fantástica”, uma tentativa de impor as próprias fantasias aos demais para despertar admiração. “É o desejo de chamar a atenção, seduzir e ser valorizado”, diz Hilda Morana. A pseudologia (algo que é lógico apenas aparentemente) estaria no meio do caminho entre a mentira simples e o delírio. “É encontrada em personalidades imaturas, histriônicas e teatrais”.

Nem toda mentira de graves consequências, porém, é patológica. Talvez o caso mais famoso na história contemporânea seja de Bill Clinton. Ele não falsificou sua identidade nem criou um mundo de fantasia no qual teria mais poder do que na vida real – dificilmente conseguiria, sendo o presidente dos Estados Unidos. Mas em 1998 Clinton mentiu sobre sua intimidade, diante das câmeras de TV, ao negar o relacionamento sexual com a estagiária Monica Lewinsky. Escapou por pouco de perder o cargo por causa da mentira.

Não era um caso de mitomania, mas, para os estudiosos do comportamento humano, Clinton pode ser considerado um mentiroso compulsivo. Ele mentiu quando seria mais conveniente ter dito a verdade. Ao dizer “Eu não tive relações sexuais com aquela mulher”, enquanto movia assertivamente o indicador direito para negar com veemência as acusações, Clinton provavelmente não pensava trair a confiança da nação que o elegera – talvez nem a da mulher, Hillary, com quem continua casado. Paul Ekman, professor de psicologia da Universidade da Califórnia, em São Francisco, estudioso da mentira e dos sinais que revelam quando alguém mente, observou os gestos, a expressão facial e as falas de Clinton. Para Ekman, o presidente se traiu ao chamar Lewinsky de “aquela mulher” (uma linguagem forçosamente distante), ao modular a voz para um tom mais suave ao encerrar a frase e ao usar o dedo indicador. Como Machado de Assis já percebera um século atrás, a mentira, como a transpiração, é involuntária – e por isso também ela pode ser desmascarada.

Solange Azevedo, Celso Masson e Andres Vera. com Danilo Soares

Revista Época

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI27316-15228-1,00-POR+QUE+AS+PESSOAS+MENTEM.html

quarta-feira, 17 de junho de 2009

De onde nasce a desconfiança?


Eu confesso que sou uma pessoa muito pouco desconfiada. Digamos que sou ligeiramente lerda pra essas coisas, rss
Acho que quando surgem essas pulguinhas atrás da minha orelha, prefiro lidar como uma certa intuição do que desconfiança propriamente dito.
Vejo muitas pessoas intuitivas que não são nada desconfiadas e outras muito desconfiadas e nada intuitivas.
Fico me questionando o que faz uma pessoa colocar em dúvida o caráter de outra sem nem ao menos ter um convívio intenso com ela.
Claro que descarto aqui, aquelas desconfianças das pessoas que se conhecem muito bem e já tem uma certa manha quanto às atitudes da outra. Claro que também não acho muito legal rotular as atitudes das pessoas, porque sempre existe uma nova chance, um novo momento, e as coisas sempre podem ser diferentes. Mas, quando se conhecem bem, acredito que ultrapassa o limite da desconfiança ou intuição.
E isso não vem ao caso agora.
De uns dias pra cá, me peguei questionando a desconfiança alheia. Pessoas que não me conhecem, não convivem comigo, acreditam que sabem tudo e são capazes de me rotular e colocar numa embalagem de um monte de gente como se cada um não tivesse a sua individualidade, seus anseios, seus motivos... Minha psicóloga dizia que “quem tem rótulo é garrafa”, e nesse momento, que me dei conta da desconfiança, me senti como numa fabricação industrial de um monte de garrafinhas, umas iguais às outras.
Percebi que a desconfiança é a falta de oportunidade de entender o outro. E, mais que isso, vi ali um espelho da pessoa que me rotulou. A desconfiança dela é tanto diante de tanta gente, que ela não se deu conta ainda que todas essas características tão ruins que ela vê nos outros, são reflexos da imagem dela mesma. Não fui eu que perdi.
Depois desse acontecido, vi nascer em mim uma pulguinha atrás da orelha sobre alguém. E agora to aqui me questionando o limite da intuição ou da desconfiança que nasceu por alguns fatos decorrentes. Confesso que não sei ser investigativa, não nasci pra coisa e sou péssima em seguir rastros, mas, quando eles existem e gritam na minha frente, fica difícil não encaixar as pecinhas e tentar desvendar o quebra cabeças.
Com isso, La vai mais uma semana que eu sigo meu coração e me deixo levar pela intuição, dessa vez não tão boa, de alguém....

sábado, 13 de junho de 2009


Já desisti de entender algumas coisas na minha vida...

Alguns sentimentos, algumas pessoas...

Simplesmente deixei que o tempo possa me dar todas essas respostas...


É engraçado quando a gente traça planos pra nossa vida, e como um vento que faz voar todas as folhas soltas, Deus vem e muda todos esses planos...

É estranho se sentir vulnerável de novo, quando a gente acreditava que teria pra sempre o controle total dos sentimentos, da vida...


Eu acreditei que só abriria de novo meu coração "quando eu quisesse" (leia-se: nunca mais), e que não deixaria ninguém tomar um espaço maior do que o que eu estivesse disposta a oferecer dentro dele...

Eu acreditei que teria o controle absoluto das minhas emoções, dos meus sonhos, dos meus desejos, dos meus planos...

Tive a audácia de acreditar que eu ia comandar e que não ia cair de novo nesse desconhecido sentimento...


Pois é...Aí veio Deus e me mostrou que eu não sei é de nada! E que os planos Dele pra mim, quem cuida, é Ele...rs..

E, se Ele diz q vou me apaixonar de novo, que vou perder todo controle sobre os meus sentimentos de novo, quem sou eu pra dizer que não....

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ter ou querer?!

Engraçado como nos pegamos "tendo" que ser as coisas na vida...
Temos que ser bons filhos, bons namorados, bons amigos...Temos que ser alegres, temos que estar dispostos, temos que nos reerguer...Temos, temos, temos...
Mas, será que já nos perguntamos o que realmente queremos ser diante de tantas coisas que temos que ser?
Será que sabemos separar o que é nosso, o que vem da nossa alma, o que fazemos por amor, daquilo que apenas temos que cumprir, que temos que gostar, que temos, temos, temos...
Engraçado que sempre escutei da minha mãe aquela frase: "você tem que voltar pra Igreja"...mas, nunca escutei, "você não quer voltar pra Igreja?"
Como é diferente quando eu realmente volto pra Igreja porque quero, de quando volto porque tenho...
Como a minha entrega é maior, como a minha sinceridade, a minha dedicação são imensuravelmente mais verdadeiras de quando eu faço porque quero do que quando faço porque tenho...
Como as coisas passam a ser mais simples, mais intensas, mais justas quando eu não preciso "ter que" nada!!!
Encontrar o meu verdadeiro caminho, é encontrar o que eu realmente quero pra minha vida.
Fico pensando em quantas vezes eu realmente parei e me questionei o que eu quero pra minha vida...Eram tantas as coisas que eu "tinha" que ter, fazer, ser, que nem sei onde perdi o que eu queria ter, fazer e ser...
Qual o sentido que eu tenho dado às minhas vontades se nem mesmo sei responder quais delas são realmente minhas....Qual a verdade que eu vou vivenciar quando não sei qual parte de mim quer e qual parte apenas faz, porque "tem que fazer"....
É essa a pergunta que me faço agora.
Pergunta essa que talvez já conheça a resposta, mas, que precisa ter a certeza que é inteiramente minha a vontade do querer alguma coisa...

domingo, 7 de junho de 2009

Viver não dói

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana, que gerou
em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.
Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade
.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

Chega um momento na vida que precisamos "parar". Precisamos entender o que está acontecendo e porque essas coisas estão acontecendo...
Eu estou nessa fase, nesse momento da minha vida.

De parar para pensar.

Eu que sempre fui de pensar, encontrar respostas, procurar as raízes de uma história, passei por um período que eu não queria muito perceber as explicações. Queria apenas viver e me deixar levar... Mas, entendi que essa não sou eu... Eu sempre vou buscar alguma resposta em algum lugar...Sempre vou questionar os porquês e sempre vou atrás do que levaram as coisas a aconteceram.

E, isso, descobri nesse tempo que tenho me dado...Nesse tempo onde tantas coisas sobre mim vem sendo trazidas a tona por mim mesma. Coisas que hoje fazem sentido e que ao serem remexidas, me mostram o quanto eu preciso saber o porquê de cada uma delas.

Tenho tido oportunidades maravilhosas de conversar comigo mesma. Tenho experimentado a minha fé como algo realmente concreto...Saí do momento que a fé é movida pela emoção e a trouxe para o meu cotidiano.

Um cotidiano que tem sido meu comigo mesma. Onde apenas a presença de Deus tem sido realmente certa...

Tenho tido a oportunidade de olhar pra dentro do meu coração e entender todas as cicatrizes que ele carrega...Tenho tido a oportunidade de me olhar no espelho, e entender o que meus olhos tem a me dizer...

Sempre tive o hábito da leitura muito forte, e passei por um tempo, onde ela também foi abandonada. Lia "de vez em quando" só mesmo "quando dava". E, agora, que tenho me encontrado nas madrugadas tão presente na minha própria presença, resgatei também esse hábito. E, o trouxe de volta pra minha vida, como tenho trazido muitas coisas que eu havia me esquecido.

E, percebi que nós, seres humanos, temos a tendência de nos esquecermos...Ou então de nos acostumarmos. E, que quando chega esse momento de "parar", é porque chegou a hora de entender os porquês dos esquecimentos e dos comodismos...

Não sei se esse meu momento "parada" vai durar muito ainda...Até porque, a vida continua girando a minha volta, as coisas acontecendo e eu não posso ficar muito tempo assim. Mas, eu acredito que estou cada vez mais próxima do ponto de partida. Partida, porque sinto um recomeço depois desse processo. Sinto como se fosse uma nova saída de dentro de mim, uma redescoberta...

E, dessa vez, não quero mais me culpar por ter que parar se for preciso. Não quero mais parar com o mesmo peso, e com os mesmos erros. Quero conseguir nesse meu momento, forças e certezas para as experiências que eu vou ter. Errando ou acertando, não importa! Quero apenas saber o quanto valeu a pena simplesmente, "PARAR"...







Deus me entregou bem mais do que mereço
talvez seja por isso
que eu me cobre um pouco mais
não que eu não seja capaz
mas, às vezes é difícil

nem sempre sei fazer o bem que eu desejo
e, às vezes, eu me vejo
me enganando sempre mais
não que eu não queira acertar
mas nem sempre é possivel

já me condeno tanto
pelos erros que na vida cometi
pelas vezes que eu não soube decidir
e assim, meu coração gritava
desespero de quem ama
coração, tu que estás dentro em meu peito
me condenas desse jeito
e eu não sei por qual motivo
se és divina voz em mim
só te peço, por favor, eu sou humano
não me condenes assim

humano eu sou assim: virtudes e limites
se agora me permites
eu pretendo ser feliz
sem prender-me ao que não fiz
mas olhando o que é possivel

a dor que, às vezes, vem
me faz feliz também
pois nela me recordo
o valor que tem a cruz
quando a noite esconde a luz
Deus acende as estrelas

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Bateu saudade...


"Saudade não quer dizer que estamos separados, mas, que um dia estivemos juntos..."

Eu tenho uma grande família!


Há alguns dias pensei em escrever sobre a minha família.
Não a minha família composta por pai, mãe, irmãos, cunhadas e sobrinhos, mas, a minha imensa família cheia de tios, tias, primos e agregados!
Eu andava naquela fase estressada, que uma palavra torta já retribuía três. Assim, de uma vez!
E, como andei recebendo algumas dessas palavras tortas, andava naquele ânimo que família boa, é aquela que mora longe. Ta certo que ainda penso que é melhor mesmo não morar muito perto. Imagina aquele monte de gente todo dia dando opinião na minha vida?!!! COM CERTEZA, eu não dou conta, rss

Mas, no dia que pensei em escrever a respeito, claro que vendo o lado negativo de uma família enorme como a minha, mais uma vez recebi um puxão no meu tapete e Deus me deu aquele "chega pra lá".

Meus pais foram almoçar na casa de uma dessas tias, que falam muito. Na verdade, tenho um históricozinho de desentendimentos com ela... É uma cidade aqui perto, mas, como eu tinha chegado de viagem no dia anterior, não quis ir. Mentira, não quis ir, porque só de pensar naquele monte de tia falando que eu engordei, que eu isso ou eu aquilo, eu já desesperei!!!

Bom, quando minha mãe chegou, já me senti uma pequena formiguinha diante de todas as minhas ideias fajutas sobre a minha família. Essa minha tia me mandou uma refeição completa, não só pra noite de domingo, como pro resto da semana praticamente, rss
Como eu não fui, ela mandou pela minha mãe, toda variedade de bolo, biscoito, costela, farofa, tudo o que tinham comido durante o dia. A família do meu pai tem essa mania, de mandar comida... Mas, naquele dia, em especial, pude perceber mais do que "o mesmo" nessa atitude deles...Percebi mais que a lembrança da minha ausência, mas, a mensagem que as minhas tias mandam junto com a sua marmitinha...a mensagem que quando estou presente, elas transmitem pelos inúmeros comentários sobre o namorado, o emprego, os quilos a mais...os comentários que tantas e tantas vezes eu percebo como intromissão na minha vida...Percebi a real mensagem que elas não sabem de repente, dizer como eu sei escutar, que é o "me preocupo com você!"

Quando me deparei comendo a costela e o bolo de chocolate, consegui ver o bonito nisso tudo. Consegui ver o bonito nessa relação tão invasiva às vezes que tem a minha família...

A família da minha mãe não é tão próxima. Talvez por todas morarem longe, sempre achei as minhas tias maternas mais sensatas e menos intrometidas. Mas, na verdade, é que não existe esse contato mais intenso...

Fico prestando atenção na novela, e até brinquei com a minha prima esses dias...Já pensou se morássemos todos juntos,como os indianos?!

CLARO que isso só da certo na novela, e lá na India...É bonito de ver, mas, na realidade, a coisa pega um pouco mais...Mas, mesmo assim, sinto falta da época que todos éramos crianças, viajámos juntos e as férias eram sempre em família. Ou iam todos pra casa da avó, ou variavam entre as casas dos tios, mas, estávamos sempre juntos. E ficaram as lembranças daqueles aniverários, daquelas festas ou do café da tarde no sítio...

E, depois que crescemos, ficamos nessa que "se intrometem demais na minha vida"... Perdemos o vinculo, o gostoso de estar junto, e ficamos apenas com as diferenças que a vida trouxe pra cada um...

Hoje, depois de passada a fase "que saco", vejo o quanto eu gosto dos almoços de domingo, das festas de final de ano, e dos casamentos. Justamente esses onde o tio sempre pergunta "vai casar quando?" ou quando a tia faz aquele comentário "tá mais gordinha né".... Justamente nesses encontros, que volto pra casa querendo "trucidar" um com AQUELE comentário intrometido...Justamente esses encontros, que percebemos o quanto crescemos e o quanto não estaremos mais presentes na vida do outro nas próximas férias, ou que até o próximo Natal ainda vai um ano...

Hoje me dou conta, que ainda bem que a minha família não mora tudo na mesma cidade. Com certeza seria muito falatório, muita fofoca e muito tio dando palpite, mas, que pena! Que pena que demorei tanto pra perceber que é justamente esse o bonito de se ter uma família tão grande como a minha!!!!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Cicatrizaram....


"O homem que não sabe estar só, nunca vai saber estar bem acompanhado!"

Ziza Fernandes



Um dos momentos mais íntimos que tenho no dia, é quando pinto.Fico no meu cantinho, quetinha pensando na vida, enquanto normalmente escuto música.
Ali nascem os maiores conflitos que tenho, e também a maioria de perdões que dou a mim mesma. Costumo dizer que Deus ocupa mais espaço no meu candidato a ateliê do que as caixas e tintas...

E, hoje, em um desses meus momentos tão meus, percebi que algumas feridas que eu achava que ainda me incomodavam, já cicatrizaram. Depois de cortar a ponta do dedo desastrosamente, comecei a pensar sobre essas feridas, fui atrevida ao mexer em algumas delas, mas, me deparei com a surpresa da cicatrização.

Sempre falo sobre as minhas feridas assim...Costumo fazer uma referência sobre as mágoas que tenho na vida com as cicatrizes. São machucados que precisam ser tratados, limpos, com bons curativos, e que com o tempo, vai deixando de doer. Vira uma cicatriz que, quando você olha, você sabe porque ela existe, mas, ela já não dói mais.

Assim estão os machucados recentes que tive. Achei que demorariam pouco mais pra fechar, mas, percebi que não...Hoje, quando me deparei com as marcas deixadas por eles, senti que já cicatrizaram. E, fiquei feliz ao sentir que dentro de mim, já estão bem resolvidos...Sinal que estou no caminho certo...Uma estrada que ainda tenho muito que percorrer, mas, o caminho não está errado!



" Quando decidimos agir, alguns excessos acontecem. Diz um velho ditado culinário: "para fazer um omelete é preciso quebrar o ovo".Quando decidimos agir, é natural que surjam conflitos inesperados. É natural que surjam feridas no decorrer destes conflitos. As feridas passam: permanecem apenas as cicatrizes.Isto é uma benção; estas cicatrizes ficam conosco o resto da vida, e vão nos ajudar muito. Se em algum momento -–por comodismo ou qualquer outra razão – a vontade de voltar ao passado for grande, basta olhar parra elas.As cicatrizes vão nos mostrar a marca das algemas, vão nos lembrar os horrores da prisão e continuaremos caminhando para frente."

Paulo Coelho

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Meu momento de aprender comigo mesma....


"A grandeza de um ser humano está na sua capacidade de se fazer pequeno, para poder se colocar no lugar dos outros e entender o que está por trás das suas reações"

Augusto Cury




Depois de ler esse belo puxão de orelha, voltou-se para dentro de mim todo aquele sentimento de culpa que durante o final de semana todo cultivei. Até que ponto tenho o direito de tentar ajudar alguém que não quer ajuda?!

Por mais que consiga perceber na minha atitude quase uma tentativa de proteção com aquilo que me atingia, o incomodo de ter de certa forma, apontado uma ferida, tentado fazer um curativo sem que a pessoa tenha me pedido, ou sem que ao menos se desse conta que estava precisando, martela em mim.

Toquei no ponto fraco do outro sem que a pessoa conseguisse primeiro reconhecer essa fraqueza. E quem me disse que eu tinha esse direito?!


Resumindo para quem não está entendendo nada sobre esse pequeno capítulo de "merdas da vida", aconteceu mais ou menos o seguinte...

Tive motivos para acreditar que uma pessoa muito querida estava mentindo pra mim. Como já havia pego no pulo algumas dessas "mentirinhas cotidianas" dela que me incomodaram, a coisa tomou uma proporção grande dentro de mim. Ao me defender dessa "pequena mentira" (que PODE realmente ter sido uma confusão, disse PODE), mostrei pra pessoa a sua pequena falha de permitir esses pequenos enganos no dia a dia, e o quanto isso é ruim. E olha que falo isso com autoridade de quem já esteve no papel do pequeno mentiroso e aprendeu (GRAÇAS A DEUS) a superar isso.

A reação dessa pessoa com o conhecimento que apresentei sobre a sua atitude não poderia ter sido pior e na minha opinião, revelativa: a revolta.

Mas, isso não vem ao caso nesse post, só no próximo, rss.

O que me fez rolar na cama, não conseguir dormir mesmo com esse friozinho maravilhoso pra ficar debaixo das cobertas e vir materializar nas palavras os pensamentos que não me deixam em paz, foi o incomodo de ter sido eu a pessoa a mexer na ferida alheia.

Logo eu, que tenho tentado ser tão cautelosa na hora de me colocar no lugar do outro, cautelosa para cuidar dos julgamentos que tenho sofrido pelas minhas próprias fraquezas, me deparo com essa atitude, que nesse momento torna-se quase que imperdoável pra mim, que é apontar a falha alheia.

Caí na justificativa de que amigo é aquele que fala não só o que você quer ouvir, mas que também diz o que você precisa ouvir.

Mas, não aceito minhas desculpas e justificativas a mim mesma. Tenho a sensação que retrocedi meses de "retiro interior" depois disso. E, preciso mais uma vez, recomeçar.

Quem me deu o direito de meter o dedo onde não fui chamada, e de tentar ajudar alguém que além de não pedir minha ajuda, não se deu conta que precisaria dela?!

Qual é o limite que temos que ter para ajudar alguém em coisas tão íntimas, em características tão marcantes e qualidades ou defeitos tão distintos daquilo que somos e acreditamos ser?!

Milena, Milena: presta atenção: 'FALAR É PRATA, MAS, CALAR É OURO'.


Pronto. Mais calma depois da bronca oficializada, da revolta exposta, vou tentar voltar pra minha cama, porque meus dois travesseiros, dois edredons e um cobertor me aguardam!