quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

"Eu, quando visto pelo outro." Ou não.


Sofremos tanto com a visão que o outro tem de nós, que acabamos nos perdendo no que somos, no que parecemos ser e no que acham qu somos.

Essa busca constante de achar o verdadeiro eu que tenho comigo mesma,é visivelmente presente em todas as pessoas...Algumas de uma maneira mais discreta, outras com uma certa angustia de resposta..Existem pessoas que fingem não se preocupar, mas, parecem constantemente tentar provar aos outros quem é...E assim, seguimos..Buscando respostas, encontrando novas perguntas..Descobrindo nossa essência, mudando nossos hábitos...sem perceber o quanto a vida nos torna ainda mais humanos com isso!

Nossos questionamentos não colocam em dúvida quem somos ou o que queremos, mas, são uma forma de procurarmos ser melhores...e, melhores para quem? para nós mesmos ou para os outros?! Qual é o limite de agradarmos e aceitarmos os rótulos que nos colocam? Até que ponto é saudável sermos melhores aos olhos dos outros? E, talvez a grande questão seja: até que ponto é real sermos alguém pelo outro, pelo que o outro vê ou não em nós...

Tenho percorrido um longo caminho onde quero ir de encontro com a minha alma...Resgatar minha verdadeira essência...E, talvez a opinião dos outros nesse momento pode desviar a minha viagem..me levar aos rótulos ao invés da essência...
É o tempo de descoberta para o meu coração..É o tempo de respostas que eu preciso.. Não para os outros, mas, para mim mesma...






"Eu, quando visto pelo outro.

Quem sou eu? Eu vivo pra saber. Interessante descoberta que passa o tempo todo pela experiência de ser e estar no mundo. Eu sou e me descubro ainda mais no que faço. Faço e me descubro ainda mais no que sou. Partes que se complementam.

O interessante é que a matriz de tudo é o "ser". É nele que a vida brota como fonte original. O ser confuso, precário, esboço imperfeito de uma perfeição querida, desejada, amada.

Vez em quando, eu me vejo no que os outros dizem e acham sobre mim. Uma manchete de jornal, um comentário na internet, ou até mesmo um email que chega com o poder de confidenciar impressões. É interessante. Tudo é mecanismo de descoberta. Para afirmar o que sou, mas também para confirmar o que não sou.

Há coisas que leio sobre mim que iluminam ainda mais as minhas opções, sobretudo quando dizem o absolutamente contrário do que sei sobre mim mesmo. Reduções simplistas, frases apressadas que são próprias dos dias que vivemos.

O mundo e suas complexidades. As pessoas e suas necessidades de notícias, fatos novos, pessoas que se prestam a ocupar os espaços vazios, metáforas de almas que não buscam transcendências, mas que se aprisionam na imanência tortuosa do cotidiano. Tudo é vida a nos provocar reações.

Eu reajo. Fico feliz com o carinho que recebo, vozes ocultas que não publico, e faço das afrontas um ponto de recomeço. É neste equilíbrio que vou desvelando o que sou e o que ainda devo ser, pela força do aprimoramento.

Eu, visto pelo outro, nem sempre sou eu mesmo. Ou porque sou projetado melhor do que sou, ou porque projetado pior. Não quero nenhum dos dois. Eu sei quem eu sou. Os outros me imaginam. Inevitável destino de ser humano, de estabelecer vínculos, cruzar olhares, estender as mãos, encurtar distâncias.

Somos vítimas, mas também vitimamos. Não estamos fora dos preconceitos do mundo. Costumamos habitar a indesejada guarita de onde vigiamos a vida. Protegidos, lançamos nossos olhos curiosos sobre os que se aproximam, sobre os que se destacam, e instintivamente preparamos reações, opiniões. O desafio é não apontar as armas, mas permitir que a aproximação nos permita uma visão aprimorada. No aparente inimigo pode estar um amigo em potencial. Regra simples, mas aprendizado duro.

Mas ninguém nos prometeu que seria fácil. Quem quiser fazer diferença na história da humanidade terá que ser purificado neste processo. Sigamos juntos. Mesmo que não nos conheçamos. Sigamos, mas sem imaginar muito o que o outro é. A realidade ainda é base sólida do ser."

Texto copiado do site do Pe. Fabio de Melo
http://www.fabiodemelo.com.br/

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